CoMA Consciente, o grande legado do festival
O Festival CoMA 2024 acabou, mas deixou um legado para artistas, público e sociedade em geral – a certeza de que é possível organizar um festival sustentável, que beneficia toda a rede produtiva cultural e a comunidade. Além de desempenhar um papel significativo na economia criativa do Distrito Federal, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da região, o festival trouxe como seu principal valor o CoMA consciente, temática transversal a todas as ações realizadas.
Tudo começa com o cuidado com a equipe que trabalha no evento, das condições de alimentação aos locais adequados para o descanso, passando por treinamentos e suporte psicológico. “O festival CoMA não existe sem esse valor, não é negociável, estamos falando da nossa essência, investindo em nosso capital humano. Acreditamos que são essas relações que constroem um festival. Se a pessoa se sente acolhida como um fornecedor ou como equipe, isso certamente se refletirá no atendimento ao público, a pessoa repassa o que ela sentiu”, afirma Michelle Cano, Diretora Executiva do CoMA.
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Ações de sustentabilidade e acessibilidade já são uma parte intrínseca do evento, que oferece instalações acessíveis para pessoas com mobilidade reduzida, atua na neutralização das emissões de carbono, disponibiliza intérprete de libras e vagas reservadas, entre outros. A proposta do CoMA consciente é ir além, é cuidar de forma mais profunda das pessoas e do meio ambiente.
Entre as ações realizadas estão o atendimento às mulheres que participaram do evento, com suporte local e orientação psicológica. Em todos os banheiros femininos, um QR Code foi instalado para que solicitações de auxílio pudessem ser enviadas com facilidade para uma equipe especializada e pronta para intervir.
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Outro ponto fundamental foi a política de redução de danos, que visou informar o público sobre questões relacionadas ao consumo excessivo de bebidas alcóolicas, entre outros comportamentos prejudiciais à saúde.
O CoMA consciente trouxe um olhar muito atencioso centrado nos 3 eixos: o cuidado consigo, com os outros e com a mãe natureza. “Tivemos todos os tipos de assistência disponíveis. Tivemos cadeiras de rodas, protetores auriculares, kits abafadores de ruído e objetos funcionais para autistas, entre outros”, afirma Michelle.
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Em 2024, uma novidade foi a disponibilidade de mochilas vibratórias, uma tecnologia inovadora que permite às pessoas com deficiência auditiva experimentarem a música por meio de estímulos táteis e vibrações na pele.
Tudo isso só é possível, pois a equipe passa por um treinamento humanizado, para que o CoMA seja consciente de ponta a ponta, a experiência é completa e ninguém fica para trás.
Este valor também se reflete na programação do festival. “Desde 2018, a gente faz um lineup muito diversificado, que traz no mínimo 50% de mulheres, pessoas pretas, indígenas. Há muitas polêmicas envolvendo programações de festivais, pois há sempre muitos homens brancos nos palcos. Nós sempre olhamos para isso como um valor, mesmo antes de ser uma questão amplamente debatida”, conta a diretora executiva.
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E a mobilidade urbana não poderia ficar de fora. Ônibus adaptados e com preços reduzidos foram disponibilizados para levar as pessoas da rodoviária ao CCBB, que possui uma política de democratização de acesso, incluindo ingressos com valores acessíveis.
“O patrocínio do Banco do Brasil permite que a gente possa oferecer ingressos com preços que não ultrapassam 30 Reais. Este ano, temos BB e BB seguros entrando forte para que possamos manter esses valores na bilheteria. Sem esse aporte financeiro essencial, nada disso seria possível”, finaliza Michelle.
O CoMA consciente está pautado na agenda 2030, visando contribuir com cada um dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU.
Saiba mais em: @festivalcoma