FLUP 2024: um palco para as periferias e o protagonismo negro feminino
A Festa Literária das Periferias chega à sua 14ª edição com um propósito ainda mais forte e representativo: uma programação composta por mais de 90% de mulheres negras, reafirmando o compromisso com a inclusão e a diversidade.
O evento começou nesta segunda-feira e vai até domingo, dia 17 de novembro, se consolidando como um espaço de valorização de vozes que, muitas vezes, não encontram palco na grande mídia.
A FLUP está acontecendo no Circo Voador, no coração da Lapa, e o que é melhor: é de graça! Agora, em 2024, ela completa 12 anos, aqui no Rio de Janeiro, tendo passado pelo Morro dos Prazeres, Vigário Geral, Mangueira, Babilônia, Vidigal, Cidade de Deus, Maré, Biblioteca Parque, Museu de Arte do Rio (MAR) e Providência, sempre promovendo encontros entre grandes personalidades da literatura e das artes, tanto nacionais quanto internacionais. Importante ressaltar que, entre os gringos, já foram mais de 130 poetas de 60 países diferentes.
A programação diversa abrange debates sobre questões sociais e culturais, oficinas formativas, saraus, apresentações musicais e performances, que refletem a potência da produção cultural entre centros e periferias brasileiras. Até o momento, 200 mil pessoas, aproximadamente, estiveram presentes no Festival, onde 30 livros foram publicados por autores periféricos e mais de 1350 escritores já passaram por mesas de debates. Para enriquecer ainda mais os números, 200 roteiristas saíram formados do Laboratório de Narrativas Negras e Indígenas para o Audiovisual.
Foto: Rodrigo Rubinato
A 14ª Festa Literária homenageia a historiadora, poeta e cineasta Maria Beatriz Nascimento, por seu legado artístico e pelo ativismo na defesa dos direitos humanos de negros e mulheres no Brasil. Outra proposta desta edição é promover temas que dialogam com o Fórum do G20, fortalecendo o debate público sobre as questões das periferias (globais e nacionais), em conexão com movimentos de resistência.
Foto: Acervo pessoal/Divulgação
A cada edição, a FLUP reafirma seu papel como uma plataforma de resistência e expressão para artistas e intelectuais das periferias, oferecendo uma programação que vai além do entretenimento e abrindo espaço para pautas sobre identidade, território e memória. Esta, de 2024, promete ser um marco na trajetória do evento, celebrando a potência das mulheres negras e contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todas as vozes possam ser ouvidas.
Quer saber tudo o que rola, de acordo com dia e horário da sua disponibilidade, acesse o site flup.net.br
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