Entre Zinha e Ana Clara, Samantha Jones desafia estereótipos e mostra que representar é o que vale

Entre Zinha e Ana Clara, Samantha Jones desafia estereótipos e mostra que representar é o que vale
Com papéis de destaque em sucessos como "Renascer" e a atual "Vale Tudo", a atriz Samantha Jones é uma artista multifacetada que também canta, compõe e toca. Nascida na Bahia, sua trajetória reflete a força da mulher nordestina que conquista espaço em uma indústria marcada por desigualdades. Nesta entrevista, ela mostra que sua presença magnética veio para redesenhar o perfil das protagonistas do nosso tempo.

Por Angélica Cabral
Fotos: Greice Emer


Samantha Jones não é apenas mais um rosto novo que surge na televisão brasileira: é um dos nomes que vêm ajudando a redesenhar o perfil das protagonistas do nosso tempo. Nascida em Salvador e criada em Ilhéus e Senhor do Bonfim, no interior da Bahia, ela cresceu longe dos grandes centros, mas desde cedo, soube que faria da arte um ofício. Quando se mudou para o Rio de Janeiro, para estudar Artes Cênicas na UNIRIO, talvez não imaginasse que, poucos anos depois, estaria no horário nobre da TV Globo, dando vida a personagens que marcariam profundamente a dramaturgia recente.

Ficou conhecida pelo grande público em 2021, integrando o elenco de “Um Lugar ao Sol” e, na sequência, veio “Todas as Flores”. Mas foi no remake de “Renascer”, exibida em 2024, que ela brilhou com força! Sua personagem, Zinha, nasceu de uma ousada mudança feita pela nova versão: na trama original, era um papel masculino; agora, transformado em mulher, trouxe novas camadas de discussão sobre gênero e identidade no sertão. Com uma atuação firme e ao mesmo tempo delicada, Samantha conquistou a crítica e atraiu os olhos de quem já percebia ali uma atriz em plena ascensão. O passo seguinte foi na atual “Vale Tudo”, outra releitura de um clássico, onde interpreta Ana Clara, que vem ganhando espaço e relevância ao longo dos capítulos, confirmando sua versatilidade e presença magnética em cena.

E não é só na telinha que Samantha Jones se agiganta a cada produção. Sua força artística transborda para a música, revelando uma artista multifacetada que canta, compõe e toca violão. Essa autenticidade também se reflete em seu autorretrato. Bissexual assumida, quando perguntada sobre ser porta-voz de uma bandeira, ela prefere usar um verso de sua canção autoral, “Um qualquer especial”, que diz: “não quero ser a voz de um tempo ou bússola moral”. A atriz completa afirmando que, em sua profissão, já coloca o corpo a serviço das narrativas que escolhe contar, mas não se sente apta para ser a figura escolhida para representar todo um discurso. A representatividade que essa mulher negra, nordestina e jovem carrega, realmente, não se limita à sua orientação sexual. Ela ocupa um espaço na dramaturgia ainda marcado por desigualdades históricas. Por isso, sua presença em papéis de destaque é um recado poderoso: o Brasil é diverso e a TV precisa refletir essa multiplicidade.

E vem novidade por aí: no ano que vem, Samantha Jones vai abancar nos cinemas! “Muito Prazer”, de Jorge Furtado, é uma comédia romântica com um motel falido como pano de fundo. Segundo ela, “foi um trabalho muito divertido de fazer e será uma delícia assistir”! A Revista Traços, com toda a certeza, irá conferir.

Antes disso, tem outros projetos em ebulição, que os fãs vão poder acompanhar: o primeiro é um duo musical com Rafael Lorga, o show “Despretensiosamente”. Já o segundo, será a primeira série de terror do Globoplay: “Reencarne”, de Bruno Safadi. A estreia está prevista para outubro. A gente não perde por divulgar!

Siga essa maravilhosa: @samanthajonesla