Entre Mundos: Beatriz Cruz e a Luta pela Inclusão no Cinema e na Sociedade
Beatriz Cruz conversa com a Traços sobre a sua história de vida e boas práticas de inclusão social para promover a participação e o protagonismo de pessoas com deficiência na sociedade e na cultura.
A produtora cultural Beatriz Cruz, de apenas 22 anos, carrega uma trajetória impressionante na luta pela acessibilidade. Diagnosticada com surdez aos 14 anos, Bia, na época, sentiu-se dividida entre dois mundos: o dos ouvintes e o dos surdos, sem saber onde realmente pertencia. Inicialmente, o diagnóstico foi tratado de forma protocolar; o médico receitou um aparelho auditivo e a vida seguiu. No entanto, na prática, a realidade era outra. Ela enfrentava dificuldades para se adaptar a um mundo ouvinte que, muitas vezes, ignorava suas limitações devido à invisibilidade da deficiência.
Quando Beatriz ingressou na faculdade de Cinema, durante a pandemia, a leitura labial tornou-se um grande desafio devido ao uso de máscaras. Foi nesse momento que o desconforto a impulsionou a reivindicar seu direito de compreender as aulas – um direito que deveria ser garantido a todas as pessoas com deficiência. Seu sentimento de indignação e desejo por mudança fizeram com que ela abraçasse a militância pela acessibilidade.
Hoje, Bia administra um Instagram dedicado ao debate sobre cinema e acessibilidade, divulgando pautas importantes e sensibilizando sua audiência. Agora, ela assume o cargo de Coordenadora de Acessibilidade do 57º Festival de Cinema de Brasília, marcando mais um passo significativo em sua trajetória.
A Traços teve o prazer de conversar com Beatriz em uma entrevista esclarecedora sobre cinema, acessibilidade e a urgência de uma sociedade mais empática e justa. Vamos conferir?
Quando é que você começou essa luta por acessibilidade?
Acessibilidade em si foi quando eu entrei na faculdade. Eu tive o meu diagnóstico de surdez, eu estava com 14 anos, eu ainda estava na escola. Só fui me entender de fato como surda na faculdade, porque eu tive essas barreiras de acessibilidade em assistir os filmes para estudar mesmo, principalmente os filmes nacionais. Isso me motivou mais na luta pela acessibilidade. Foi em 2020, mais ou menos, que eu comecei de fato.
O seu tipo de deficiência é perda de audição neurossensorial, o que seria isso?
É a mais comum, é a perda auditiva por morte celular e morte ciliada dentro de um lugar no ouvido que chama cóclea. As células param de captar o som, é como se eu estivesse envelhecendo, sabe? Quando as pessoas idosas vão ficando surdas, elas vão perdendo essas células; essas células vão morrendo, porque é um processo natural, e é a mesma coisa que acontece comigo. Só que, como é genético, aconteceu com 14 anos.
Como foi esse processo quando você descobriu a perda auditiva?
Eu não me entendia enquanto pessoa com deficiência, de primeira, socialmente, porque não tinham outras pessoas com deficiência ao meu redor e não chegavam essas informações. Então, o processo foi meio automático: tive diagnóstico, agora eu coloco o aparelho e volto à vida como se não tivesse perdido nada. Só depois que eu fui entender, de fato, como isso me afetou enquanto eu estava perdendo gradativamente e como ia ser daqui para frente; só depois que eu entendi, mas na hora foi meio isso. Aí, quando entrou a pandemia, eu comecei a faculdade, tinham legendas aqui no Meet [Google Meet], então até consegui acompanhar.
Mas, quando voltou ao presencial, as pessoas ainda estavam usando máscara e aí eu não conseguia fazer leitura labial. Eu tive essa questão várias vezes, de querer estudar filmes nacionais e não conseguir acessar porque não tinha legenda. E aí começou essa luta também na faculdade: meus colegas começaram a legendar as atividades deles para eu poder acompanhar, assistir e tudo mais. Só que aí isso cresceu além da faculdade, eu vi que era uma questão não só interna, mas social mesmo, e que não tinham tantas pessoas surdas no cinema público pela falta de acessibilidade, porque depois eu descobri o Surdo Cinema, que é um curso, um grupo de pessoas surdas que falam em libras e aprendem a fazer cinema. E elas não estão na faculdade à toa. Então, por isso que eu comecei a me movimentar um pouco mais, mas, realmente, na hora do diagnóstico, foi meio seguir ordens.
Você estava se isolando, então? Por falta de acessibilidade?
Não sei se me isolava, mas eu achava que eu era igual aos ouvintes. Eu não sou, sabe?
E quando é que você teve essa virada de chave, que você não era igual aos ouvintes e que você começou a se inserir mais na comunidade surda?
Foi quando eu comecei a aprender LIBRAS, porque eu comecei a ter mais contato com outras pessoas surdas e me identificar com experiências que eram parecidas com as minhas, mas, ao mesmo tempo, também não eram iguais às minhas, porque uma pessoa que cresceu surda não é a mesma que teve a experiência como ouvinte e depois perdeu a audição. Então, eu fico meio nesse "entre mundos", entre os ouvintes e os surdos profundos sinalizantes, as pessoas que usam LIBRAS como primeira língua. Como eu alterno entre esses dois mundos, eu acabo conseguindo comunicar eles entre si. Por isso, nos meus projetos, eu tento fazer essa conexão entre os dois mundos, porque parece que eu estou no meio, sempre tentando fazer um balanço para os dois lados se entenderem, digamos assim. Porque eu já tive a experiência de ser ouvinte, de não conhecer nada sobre pessoas com deficiência, de não saber sobre surdez e se desesperar; e hoje em dia eu já entendo mais quem eu sou, a comunidade, e consigo explicar isso para quem não tem deficiência.
Mas você também não se identificava completamente com as pessoas surdas?
É, mas aí depois eu também fui descobrindo que outras pessoas têm níveis de perda auditiva diferentes e que não era só eu. Mas, dentro desse contexto profissional, no contexto cultural, é muito escasso o acesso à inclusão. Eu estou acostumada a ser a única pessoa com deficiência, estou acostumada a ensinar, e isso não é uma questão para mim. Mas eu entendo que não é uma obrigação para todas as pessoas com deficiência e que deve, sim, haver um esforço de produtores culturais e da sociedade, de forma geral, para incentivar a inclusão e a acessibilidade.
E quando você se deparou com esse cinema que não era acessível, eu percebi que você já se enveredou para a militância.
É. Inicialmente, foi de fato pela minha realidade, porque eu queria ter acesso aos filmes nacionais que estavam sendo lançados, e eu não conseguia nem estudar quando passavam referências na faculdade, nem nas salas de cinema mesmo, ou frequentar como entretenimento, não só profissionalmente. A motivação foi eu mesma querer acessar, mas depois isso cresceu por ver outras deficiências, outras pessoas bem diferentes de mim, com outros contextos sociais. E foi assim, mas os artigos foram nessa intenção. Eu queria assistir ao streaming em casa, como qualquer pessoa, mas eu não consigo. É uma coisa que a galera surda dentro da comunidade fala muito, que o surdo é um estrangeiro dentro do próprio país por causa dessa barreira comunicacional. Não só o português, eu diria no caso da LIBRAS, mas de interferência mesmo numa comunicação. Não é só colocar um aparelho que você se torna ouvinte. Ainda tem dificuldades, o som não é o mesmo, o som é artificial, depende muito da adaptação de pessoa para pessoa. As coisas são muito individuais e não dá para generalizar todos os diagnósticos, mas o fortalecimento da surdez enquanto comunidade, inclusive, as lutas são as mesmas.
É um grupo muito invisibilizado.
Sim. Querendo ou não, parece que as pessoas ainda ficam assustadas. Sinto que, quando eu estou sinalizando mais, as pessoas ficam olhando curiosas. Muitas pessoas falam: "Nossa, queria muito aprender LIBRAS, é tão lindo", só que fica só na fala. É lindo na hora de falar, mas, para aprender, pegar, estudar de fato, atender de fato como profissional... Porque, quando a gente fala da invisibilização, eu estou abordando mais a área cultural, que eu acho que tem potencial não só de entretenimento, mas metodológico de aprendizagem. Essa invisibilização vai em várias áreas diferentes, tanto na psicologia quanto na medicina. Na emergência hospitalar, você tem que agendar se você quiser intérprete de LIBRAS, mas você não agenda se precisar parir, você não agenda se tiver uma emergência, sabe? Então, as barreiras são muitas, só que eu fico mais abordando o meu contexto cultural, porque eu acho que o cinema é um meio, é uma linguagem. Você consegue fazer uma mobilização social quando você coloca os problemas na tela, conta histórias de pessoas diferentes, com realidades diferentes. Muitas vezes as pessoas estão numa bolha, que não vai chegar até elas a não ser que você coloque numa tela de cinema e fale sobre.
Enquanto não tem um contato, uma interação, não vai ter empatia. E eu digo isso por mim: eu acho que, talvez, se eu não tivesse me tornado uma pessoa com deficiência, talvez eu seria egoísta, assim como as pessoas, se não chegassem a mim as informações. Então, por isso, eu acho que começa meio forçando essa interação de contratar equipes com pessoas com e sem deficiência, misturar mesmo, porque é isso que vai forçar a inclusão a acontecer de fato.
Você fala isso de uma forma muito tranquila, questões que são muito sérias.
Nem sempre eu sou muito tranquila. Meu perfil está lá, eu militando, e aí o povo também acha que eu vou ficar militando o tempo inteiro, mas, às vezes, a gente está só cansado. Eu acho que não funciona ficar só brigando; tem que ter um equilíbrio entre militar de fato e discutir, cobrar, porque tem que ter esse lugar, mas no lugar de diálogo, de conversa, para que as pessoas também entendam que eu não estou querendo oprimir ninguém quando eu peço para ser incluída, sabe? Porque eu acho que, às vezes, as pessoas acham que têm que atrapalhar o outro para eu me sentir bem, e a inclusão é justamente o contrário: todo mundo se sentindo bem no mesmo ambiente, podendo interagir. Nem sempre foi uma pauta tranquila, ainda mais no início da perda auditiva. Como eu só coloquei o aparelho e segui a vida, fiquei naquela: "Eu continuo como se nada estivesse acontecendo?". É um processo que, às vezes, é doloroso mesmo, de não se identificar com ninguém, de estar entre esses dois mundos e não se sentir pertencente a nenhum dos dois, porque, na verdade, o meu mundo é esse: o do meio.
Nem sempre é fácil, mas eu brigo muito. Eu até estava relembrando do Festival de Brasília Cinema, porque, nos últimos três anos, eu levantei uma manifestação online, e, no último ano, até subi no palco lá do Cine Brasília, no encerramento do festival, para falar sobre acessibilidade. Porque é um festival feito com verba da Secretaria de Cultura, e agora trocou a gestão, e me chamaram para ser Coordenadora de Acessibilidade do festival nas próximas três edições. Nessa primeira edição, eu ainda não tenho muito poder de mudança, mas fiz um planejamento para os próximos anos do festival e aí, acho que vou ter mais ação em relação à acessibilidade. Então, acho que é encontrar esse lugar de balanço, de brigar, publicitar, mas falar: "Eu não estou querendo só brigar, eu estou querendo de fato apresentar soluções e dialogar sobre como pode funcionar para os dois lados"
E quais são as medidas que seriam interessantes agora para o festival de mudança para acessibilidade?
Nesse, a gente vai ter um projetor horizontal, só para as legendas na frente, e vão ter as legendas descritivas. Então, as legendas de fato já têm garantia de que vão funcionar, porque no último ano do festival, por exemplo, elas dessincronizavam. Ainda não está no meu mundo ideal, mas a gente já está pensando em outras coisas, como o tipo de comunicação também, difundir sobre o cordão de girassol para pessoas com deficiência oculta, que é uma lei recente.
O que é o cordão de girassol?
O cordão de girassol foi instituído como um símbolo para identificar pessoas com deficiências ocultas, que não são visíveis; você não olha para a pessoa e identifica. Eu uso aparelho auditivo, mas nem dá para ver assim, uma pessoa bate o olho em mim e não sabe que eu sou uma pessoa com deficiência, que eu tenho preferencial.
É para evitar discriminação?
É uma sensibilização mesmo, de que eu estou na fila preferencial e ninguém está achando que estou ocupando o lugar de outra pessoa. É opcional esse cordão, mas as pessoas têm usado muito e é internacional, então é importante que as pessoas saibam, nos ônibus, no metrô, o que significa usar esse cordão, e a gente vai publicar sobre isso também.
Agora, voltando um pouco para quando você começou a criar iniciativas para acessibilidade e ir atrás disso, não só para você, mas para todas as pessoas? Quando é que virou essa chavinha para você? 'Ah, então eu vou trazer essa consciência para as pessoas, eu vou criar um Instagram sobre cinema e acessibilidade.' Conta um pouco.
O Instagram veio antes das ações, de fato, né? Era uma coisa mais de redes sociais e ele veio quando entrei na faculdade para falar da minha realidade, das minhas frustrações e apresentar soluções, sabe? Eu acho que esse é o ponto principal: não quero só reclamar, eu realmente acho que, quando a gente pensa junto, dá para criar soluções que sirvam para todo mundo, mas é um processo. Precisa ser agradável para todo mundo, sabe? E aí, assim, o Instagram foi meio relatos pessoais e relatos de pessoas que eu conheço, e aí começou esse movimento um pouco das outras pessoas com deficiência, mas, de fato, para ter um registro formal, acadêmico, foi um artigo que eu escrevi, se eu não me engano, sobre acesso a documentários com legenda para pessoas surdas. Foi isso que eu falei de plataformas de streaming também. Mas aí, para além do lado acadêmico, eu fui escrevendo o projeto pro FAC, para o fundo de apoio à cultura. Então, eu peguei uma pesquisa, que tive a ideia por causa desse contato. Acho que muito da minha motivação veio de fato quando eu conheci outras pessoas com realidades diferentes e daí eu também soube direcionar o que eu estava procurando, o que eu podia solucionar para outras pessoas e não só para mim, o que podia funcionar para elas e para mim ao mesmo tempo, ser simultâneo.
Recentemente, eu lancei uma pesquisa, que foi a mais importante que eu fiz até agora: o guia de produção audiovisual dirigida por pessoas surdas. Eu vi que precisava melhorar as práticas de inclusão nos sets de filmagem, pré-produção e pós-produção, entre pessoas ouvintes e surdas. Tinha que ter maior experiência e entendimento das pessoas ouvintes sobre as pessoas surdas. As pessoas surdas têm muitas histórias para contar e, se isso tivesse apoio de conhecimento audiovisual e técnico, teria um potencial muito grande. E aí, o Guia foi meio nessa onda. Eu fiz uma pesquisa de quais eram os problemas em set, enquanto pessoas surdas e ouvintes trabalhavam juntas, e aí propus 15 passos para usuários melhorarem. Tive pessoas surdas na equipe comigo, entrevistei, se eu não me engano, 15 pessoas, aí registrei todas as entrevistas, estão no YouTube. Foi um material que eu usei para, de fato, escrever o guia. E aí, eu destrinchei em diferentes áreas do cinema: direção de arte, fotografia, montagem, edição, roteiro... A ideia é que esse guia sirva para outras produtoras audiovisuais, para outras pessoas surdas também usarem isso e botarem na prática, porque, querendo ou não, é uma pesquisa muito iniciante e eu tinha pouquíssimas referências. Foi mais na base das entrevistas. E aí, é muita coisa, a pesquisa precisa continuar, preciso que testem, que falem: "Não, isso aqui não funcionou, é melhor se a gente fizer assim." Porque é uma construção. Eu acho que, no Brasil, ela está começando. Eu acho que essa motivação das pessoas pela acessibilidade é, muitas vezes, uma motivação por lei. "É obrigatório, eu preciso cumprir", não é porque realmente a pessoa entende sobre a inclusão. Às vezes, ela vai entender depois dessa obrigação, entendeu? Por isso, acho que tem que forçar a barra, porque, com a convivência, isso vai acabar vindo de forma mais natural. Você não tem como juntar duas pessoas numa sala e "se resolvam." Eu tenho muita esperança na empatia do ser humano, então eu acredito que, quando você convive com pessoas diferentes de você, você entende melhor a realidade delas.
Me conta os seus projetos atuais?
Daqui para o final do ano, meu foco está realmente no Festival de Brasília, porque eu quero que tenha público com deficiência, para que a produção, o público em geral e os produtores entendam que essa demanda existe e que, quando eles produzem os filmes pensando em se inscrever num festival, eles deveriam já pensar nesse público também. Porque são pessoas que estão ficando de fora, que não estão assistindo os filmes deles, que não estão vendo o que eles têm para falar e não estão frequentando os eventos. Eu digo porque eu não frequento, porque eu sei que vou dar de cara com a falta de acessibilidade, então já vou sabendo que vou ou discutir, ou vou embora. Para os próximos projetos, está em processo há uns dois anos, que eu comecei na faculdade, um projeto que é um jogo digital para alfabetizar crianças surdas que têm LIBRAS como primeira língua, alfabetizá-las em português, na língua portuguesa. Vai ser um jogo de celular interativo, pode ser usado em sala de aula, vai ter uma metodologia infantil, apropriada para surdos. Outro projeto é o HQ da Santa Surda, é uma revistinha tipo Turma da Mônica, de ilustrações dela. Isso está aprovado no FAC, mas demora um pouco para sair de fato. Ela vai ilustrar histórias em quadrinhos, em LIBRAS, e aí a gente vai ter um evento depois. E o livro de fotografia de passarinhos do cerrado, aqui do DF. Enfim, esses dois projetos, obviamente, vão ter acessibilidade. A gente vai ter áudio descrição dos passarinhos, vai ter o QR Code para escutar a leitura do livro, a tradução em LIBRAS do livro todo também. O guia também, no YouTube, tem a tradução em LIBRAS. O HQ é a mesma coisa. Então, esses seriam os próximos maiores, se eu não me engano, mas vontade tem um monte de ideias, está lá a lista de futuros projetos que eu tenho que escrever. E é isso.
Eu acho muito legal, você é muito jovem e já fez muita coisa em prol da inclusão. Isso é muito incrível.
Geralmente, as pessoas se assustam com a minha idade. É engraçado, no Festival de Brasília mesmo, eu provavelmente sou a mais nova lá, mas, depois que eu começo a trabalhar, acho que as pessoas também entendem a credibilidade, sabe?
Uma pergunta para encerrar, estava pensando muito sobre a nossa conversa e eu sei que não é obrigação de uma pessoa com deficiência ensinar, mas como alguém que não tem deficiência pode ser mais ativo na luta a favor da acessibilidade, da inclusão?
Escutar. Eu falaria convivência, mas geralmente as pessoas dizem: “Tá, mas aí para onde eu vou?”. Então, as redes sociais estão aí por um motivo, tem vários influencers com deficiência e eles mesmos divulgam eventos acessíveis. Então, eu diria que cobrar acessibilidade, mas não precisa brigar, perguntar mesmo. É ir a um festival e perguntar: “Vai ter legenda descritiva para pessoas com deficiência?”. Só de você perguntar, já vai fazer a pessoa refletir. Eu acho que são atitudes pequenas que acabam fazendo essa mobilização, mas, para conhecimento, Instagram, TikTok tem muitos influencers com deficiência na área, muitos. Assistir filmes, consumir conteúdo. Saiu o Assexybilidade, do Daniel Gonçalves, que é um filme dirigido por uma pessoa com deficiência, é o segundo longa-metragem dele.
Não sei se tem segredo, mas, como eu sei que a nossa vida é corrida, eu falo Instagram, porque tem vídeos curtos de pessoas que falam sobre a realidade delas.
Saiba mais: @biacruzcinema
Por: Marianna França
Fotos: arquivo pessoal
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