O coração da Pequena África vai pulsar ainda mais forte neste mês. O Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB), na Gamboa, preparou uma programação intensa para o Novembro Negro, unindo exposições, rodas de samba, desfiles, feira de empreendedores e muita celebração da cultura afro-brasileira. É um convite aberto para quem quer viver a potência da ancestralidade em forma de arte, ritmo e memória.
Por Angélica Cabral
A agenda começa no dia 14 de novembro, com a abertura da exposição “897 – Reino do Benin”, do artista nigeriano Osa Seven. A mostra, que segue em cartaz até 1º de dezembro, propõe um diálogo entre o passado do antigo império de Benin e a identidade afro-brasileira contemporânea. As obras unem ancestralidade e grafite, convidando o público a refletir sobre herança, memória e pertencimento.
IKELE – IVIE × EKAN de Osa Seven
No dia 15, o pátio do MUHCAB se transforma em um grande espaço de trocas e afeto com a Feira Coletiva de Negócios, que reúne mulheres e pessoas LGBTQIAPN+ das periferias. Moda, gastronomia, artesanato e produtos de beleza ganham destaque, celebrando empreendedorismo e autonomia financeira.
A diversidade também toma conta da passarela no dia 16, com o Desfile “Moda Afro”, que exalta a estética negra e seus desdobramentos urbanos. No mesmo dia, o público pode participar do Salsa Day, com aulas de dança abertas das 10h às 18h, e assistir à palestra com o pesquisador afro-americano Kamau Sadiki, que discute arqueologia subaquática e a herança da diáspora africana.
A música marca presença no domingo, 17 de novembro. O grupo Terreiro de Crioulo comanda uma roda de samba raiz, resgatando cantos de resistência e devoção. Já no dia 20, data em que se celebra o Dia da Consciência Negra, o MUHCAB recebe a tradicional Feijoada da Dida (acompanhada de uma animada roda de samba), das 10h às 21h. É um dos momentos mais esperados do calendário.
O ritmo continua no dia 23, com o encontro Ipadê, que une samba e poesia afro-brasileira em uma tarde dedicada à palavra e ao tambor. No dia 24, o grupo Nabêra assume o comando da roda de samba, encerrando o fim de semana com alegria e celebração. E, para fechar o mês, no dia 30 de novembro, o museu se transforma em um cortejo de axé, com a união dos blocos Filhos de Gandhi e Uniafro, das 9h às 17h, reafirmando a herança carnavalesca como símbolo de resistência e identidade.
Filhos de Gandhi/ Karen Eppinghaus / Divulgação
Resumindo o local e esse festival de eventos, o MUHCAB é um território vivo de memória e criação. É um espaço onde a cultura negra é realmente vivida, e não apenas lembrada. Num momento em que o país revisita suas raízes e busca novas formas de representar a diversidade, a programação de novembro no museu é um lembrete de que a arte, o corpo e a história caminham juntos. Vamos conferir?!
Serviço
Programação de Novembro Negro, no MUHCAB
Local: Rua Pedro Ernesto, 80 – Gamboa, Rio de Janeiro
Datas: De 14 a 30 de novembro de 2025
Horário de funcionamento: Terça a domingo, das 10h às 17h
Entrada: Gratuita (algumas atividades podem exigir inscrição prévia)
Mais informações: cultura.prefeitura.rio | riotur.rio
