Bicicleta Sem Freio (Douglas de Castro e Renato Reno)/Divulgação
De 11 a 24 de agosto, artistas do Brasil e do mundo transformam o Setor Comercial Sul e o Conic com murais monumentais.
A capital federal está prestes a se consolidar como uma galeria de arte a céu aberto. Entre os dias 11 e 24 de agosto de 2025, Brasília será o palco do Festival Vulica Brasil, o primeiro grande encontro internacional de arte urbana a ocupar as empenas e fachadas do seu centro comercial. O projeto, que retoma o formato de sucesso realizado em Minsk, Belarus, chega à cidade com o apoio da Seleção Petrobras Cultural, viabilizado pela Lei Rouanet.
De Minsk a Brasília, uma Trajetória de Transformação Urbana

Foto: divulgação
O Festival Vulica (que significa "rua" em bielorrusso) não nasceu em Brasília. Sua história começou em Minsk, capital da Belarus, em 2014. Idealizado pelo produtor cultural brasileiro Mila Krol e pela gestora cultural bielorrussa Lidziya Marozkina, o projeto realizou cinco edições na cidade, transformando sua paisagem com mais de 50 murais monumentais e promovendo o intercâmbio com grandes artistas, como Os Gêmeos. Após uma pausa, a plataforma direcionou suas atividades para a capital brasileira, com projetos como o “Acorda, Conic!” (2022) e a exposição “Natureza Urbana” (2024), no CCBB, antes de retomar agora seu formato original de festival.
Line-up de Peso

Foto: divulgação
O coração da cidade servirá de tela para um time de artistas renomados. O festival se destaca pela forte presença feminina, reunindo talentos como JUMU (Alemanha/Peru), Ledania (Colômbia), Rowan Bathurst (EUA), Hanna Lucatelli (SP) e a artista Juliana Lama (DF).
"Eu vislumbro uma bela oportunidade de aprendizados e trocas. É muito interessante a proposta de ocupar com produções artísticas esse território, que é disputado. Trazer esse evento para essa região, para mim, diz que reivindicamos esses espaços, que queremos ter onde nos encantar e comunicar no meio da correria da cidade, com toda a espontaneidade que faz parte da magia." Juliana Lama, artista.
Juliana Lama por Thaís Mallon
O evento também celebra sua própria história, trazendo de volta duas lendas das edições em Belarus: L7Matrix (SP) e Zéh Palito (SP). Somam-se a eles nomes como o coletivo goiano Bicicleta Sem Freio, o talento brasiliense Toys Daniel, o cronista do afrofuturismo Enivo (SP), e o mestre da caligrafia urbana Rafael Sliks (SP).
"Brasília, com sua arquitetura icônica e seu design planejado, é uma tela em branco para a arte urbana. O Vulica vindo para cá é um convite para colorir essa tela, para quebrar a formalidade de certas áreas e trazer a arte para o dia a dia das pessoas. Ele não apenas valoriza os artistas locais, mas também coloca a cidade no mapa cultural global de uma maneira única. É uma oportunidade para a comunidade brasiliense se reconectar com a cidade, ver novos ângulos, e para que a arte se torne um ponto de encontro e diálogo. Acredito que isso fortalece a identidade cultural da capital e inspira uma nova geração de criadores." Daniel Toys, artista.
Daniel Toys, por Bella Montiel
Pratas da casa, Toys Daniel e Juliana Lama já tiveram seus trabalhos reconhecidos pela Revista Traços, um dos principais veículos de cultura da capital, aparecendo nas edições DF77 e DF78, respectivamente.
Locais e Programação Aberta
Os murais ocuparão as quadras 1 e 5 do SCS e as fachadas internas do Conic, incluindo a Fundação Brasileira de Teatro e o Edifício Darcy. Além da pintura, o Vulica Brasil oferecerá uma programação gratuita com oficinas, palestras, walking tours e uma festa de encerramento no SESI Lab, no dia 24 de agosto.