Ê, Faraó! É Pelourinho, É Bahia, é Rio, é Olodum!”

26 05, segunda-feira

A partir desta quinta-feira, dia 29, não existirá mais fronteira entre o Rio de Janeiro e a Bahia! Será lançada a Escola Olodum Rio, no Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB), com cursos gratuitos para alunos acima de 10 anos. O espaço fica localizado na Gamboa, próximo ao Cais do Valongo, na região conhecida como A Pequena África

Por: Angelica Cabral
Foto: Anderson Moura

A unidade carioca vai oferecer oficinas regulares de percussão, dança, canto, artes visuais e história da cultura africana e do Brasil. Assim como na sede baiana, a metodologia combina o ensino técnico com a promoção de valores como a autoestima, o respeito à diversidade e a consciência racial. Mais que descobrir novos talentos, a proposta é, sobretudo, formar cidadãos conscientes do seu papel na sociedade.

Com raízes fincadas no Pelourinho, em Salvador, onde nasceu em 1983 como parte das ações do bloco afro Olodum, o projeto chega à capital fluminense com o objetivo de ampliar sua missão: usar a arte, a música e a educação como instrumentos de transformação social e valorização da cultura.

A Escola do Olodum ficou nacionalmente conhecida por ser uma das principais responsáveis pela difusão do samba-reggae, ritmo criado na Bahia e que rapidamente ganhou projeção internacional. O som vibrante e contagiante dos tambores, característico das apresentações do grupo, é a espinha dorsal das oficinas de percussão, que atraem jovens e adultos interessados não apenas em aprender música, mas em vivenciar uma experiência de pertencimento cultural.

Além das aulas práticas, terão rodas de conversa, palestras e seminários sobre temas como os direitos da população negra e as políticas de promoção da igualdade racial. E a escolha da Cidade Maravilhosa para a instalação de uma nova sede não foi aleatória. Com forte presença de manifestações culturais afro-brasileiras, como o samba, o jongo e a capoeira, aqui acaba sendo um terreno fértil para a multiplicação das ações do Olodum. Além disso, a presença da Escola reforça os laços entre Salvador e o Rio, duas capitais que historicamente concentram importantes movimentos de resistência e afirmação negra.

Importante ressaltar que um dos principais focos da Escola do Olodum é atender jovens em situação de vulnerabilidade social, oferecendo não apenas atividades culturais, mas também oportunidades concretas de desenvolvimento pessoal e de capacitação para o mercado de trabalho. Muitos ex-alunos da sede baiana hoje são músicos profissionais, educadores e agentes culturais, um legado que o espaço carioca pretende multiplicar.

A Olodum Rio reforça o papel do MUHCAB como centro da cultura afro-brasileira, e fica localizada na Rua Pedro Ernesto, 80. O museu guarda, aproximadamente, 2,5 mil obras em seu acervo, entre pinturas, fotografias, esculturas, e criações de artistas contemporâneos que dialogam com a ancestralidade do Rio de Janeiro.

Ah! No mesmo dia da inauguração, haverá o lançamento do livro “Pedagogia Olodum – Epistemologia do Samba-Reggae”, de Mara Felipe! A obra sistematiza a metodologia educativa do Olodum e sua contribuição histórica à luta antirracista no Brasil.

Vamos conhecer e prestigiar?!