Uma data para lembrar que “é preciso estar atento e forte!”

Uma data para lembrar que “é preciso estar atento e forte!”

Enquanto o Disque 100 registrou 5.741 denúncias de violência contra LGBTQIA+ até setembro de 2024, o Rio de Janeiro se destaca por iniciativas como o programa Rio Sem LGBTfobia, que atendeu mais de 60 mil pessoas entre 2017 e 2023, e por sediar megaeventos como os shows de Madonna e Lady Gaga, que atraíram milhões de pessoas e reforçaram a vocação da cidade para celebrar a diversidade.

Por: Angélica Cabral

 

O Dia Internacional Contra A LGBTfobia foi celebrado no último sábado, 17 de maio, quando, em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças (CID). Esta data simboliza a luta contra a discriminação e a violência sofridas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, intersexuais e outras identidades de gênero e orientações sexuais diversas. Dos anos 90 para cá, o dia tem sido marcado por eventos e ações, que visam aumentar a conscientização sobre as questões enfrentadas por essa comunidade e promover a igualdade de direitos.

Pegando carona no tema, a Ordem dos Advogados do Brasil-RJ lançou a cartilha “OAB-RJ + Respeito”, com material que reúne legislação, doutrina e jurisprudência para apoiar advogados que atuam em causas ligadas à diversidade. O conteúdo está disponível gratuitamente no site da instituição e também pode ser acessado por meio de um aplicativo.

Apesar dos avanços e conquistas, como a criminalização da homofobia e da transfobia pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2019, equiparando essas práticas ao crime de racismo, o Brasil ainda é um dos países que mais mata LGBTQIA+ no mundo! Dados do Grupo Gay da Bahia (GGB) revelam que, no ano passado, foram registradas 291 mortes violentas relacionadas à LGBTfobia no país, incluindo 273 homicídios e 18 suicídios.

O levantamento do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania mostra que, até setembro de 2024, o Disque 100 registrou 5.741 denúncias a nível nacional — um aumento em relação aos anos anteriores. Embora os dados segmentados por estado ainda estejam sendo consolidados, a maioria das violências relatadas têm como alvo pessoas trans e travestis, e ocorrem principalmente em contextos familiares e no ambiente de trabalho.

Culturalmente, o Rio tem se firmado como um polo de resistência, embora ainda enfrente desafios significativos, especialmente em áreas periféricas e favelas. A 15ª Parada LGBTQIA+ da Maré, realizada em janeiro de 2025, teve como tema “Muito Prazer, Eu Existo! Parem De Nos Matar!”, destacando a necessidade urgente de ações para garantir a segurança e a dignidade dessa população.


Instagram/LadyGaga

A Cidade Maravilhosa tem sido palco também de grandes shows internacionais, que acendem seus holofotes para o público gay. No ano passado, Madonna fez uma apresentação histórica na Praia de Copacabana para 1,6 milhão de pessoas, o maior público de sua carreira! Neste mês, Lady Gaga conseguiu arrastar uma multidão ainda maior na Princesinha do Mar, algo em torno de 2,1 milhões de fãs. E para 2026, há rumores de que virá por aí Beyoncé... Quem viver, verá! Então, que vivamos e vejamos, porque eventos desse porte só confirmam a vocação cultural e turística da capital carioca e comprovam que respeito é bom e todo mundo gosta!

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro, por meio do programa Rio Sem LGBTfobia, tem desempenhado papel crucial no apoio à diversidade. Entre 2017 e 2023, mais de 60 mil pessoas foram atendidas, recebendo assistência social, psicológica e jurídica. Além disso, o estado tem promovido ações educativas e de sensibilização, como capacitações para profissionais de segurança pública, visando combater a discriminação, proteger vidas e promover o respeito a todos, todas e todes!

Já a Biblioteca do Museu de Arte do Rio (MAR) possui um espaço dedicado à temática LGBTQIA+, promovendo a inclusão e a diversidade na cultura. Este espaço oferece um ponto de leitura, recursos de pesquisa e exposições que abordam temas relacionados à comunidade LGBTQIA+.

Ao contrário da letra de “O tempo não para”, sucesso de Cazuza em parceria com Arnaldo Brandão, não queremos ver “o futuro repetir o passado”... E esperamos que nesse “museu de grandes novidades”, a violência, enfim, pare!