PARABÉNS AOS TEATROS MUNICIPAIS
Foto: Prefeitura do Rio de Janeiro
Parabéns aos teatros municipais, por levarem a arte aonde o povo está!
Você sabia que o Teatro Municipal também tem um dia para chamar de seu? Sim, é 11 de outubro e a comemoração transcende as fronteiras geográficas, celebrando o legado dos palcos em todo o Brasil. A data está vinculada à criação do Museu do Teatro Municipal de São Paulo, em 1983, um marco importante na preservação da memória de uma das instituições culturais mais relevantes do país. Mas, como bons cariocas, a gente puxa a sardinha para cá e estende a homenagem a outros imponentes teatros municipais, como o Carlos Gomes, no Rio de Janeiro; e o Raul Cortez, em Duque de Caxias, que carregam histórias de grande relevância artística e arquitetônica.
Por ordem cronológica, vamos começar falando daquele que fica no Centro do Rio, já passou por várias fases e teve até outro nome. Foi inaugurado como um cassino, em 1872, e, oito anos depois, virou o Teatro Santana. Já em 1905, foi rebatizado de Carlos Gomes, em homenagem ao compositor brasileiro, autor da ópera “O Guarani”, e assim continua até hoje. Passou por três incêndios, reconstruções, até ser comprado pela Prefeitura e entregue à população em 1992. Esteve fechado para obras durante um tempo e reabriu em julho deste ano, ali na Praça Tiradentes, com toda a sua pompa e circunstância, para a cerimônia de entrega do 18º prêmio da Associação de Produtores de Teatro (APTR). Entre as inovações, destaque para climatização, modernização tecnológica e ampliação da capacidade para quase 100 novos lugares. O projeto de restauração inseriu ainda, no espaço, áreas de coworking, rede wi-fi e cafeteria. Tombado pelo município, o edifício integra os Circuitos do Patrimônio Cultural do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH).
Foto: Prefeitura do Rio de Janeiro
Já o Teatro Municipal Raul Cortez, em Duque de Caxias, oferece uma outra proposta, de maior inclusão. É o maior espaço público de artes cênicas da Baixada Fluminense e representa um marco arquitetônico e cultural para a região. Projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 2006, o teatro é conhecido por seu palco de 328 m², o terceiro maior do Estado do Rio. Sua recente reforma, concluída em 2023, trouxe melhorias significativas em termos de segurança, conforto e acessibilidade, consolidando a “casa” como um ponto de referência local.
Foto: Teatro Raul Cortez
Além das melhorias internas, o Teatro Raul Cortez (ou Municipal de Caxias) possui uma característica única: a chamada ‘boca pra fora’. Esse design permite que o público aproveite apresentações ao ar livre, de graça, na Praça do Pacificador, democratizando o acesso à cultura na cidade. Desde sua reabertura, o teatro tem recebido grandes nomes da música e da dança, incluindo artistas como Zélia Duncan e a Companhia Deborah Colker, reafirmando sua importância no cenário artístico do estado.
Foto: Teatro Raul Cortez
Ah! Antes que alguém questione porque não demos enfoque ao tradicional Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos mais importantes da América Latina, aí vai uma curiosidade: apesar do nome, ele não é municipal! Com o fim do estado da Guanabara, em 1975, o TMRJ passou para a administração estadual. Sim, é aquele palácio localizado no coração da Cidade Maravilhosa, inspirado na Ópera de Paris... Inaugurado em 1909, o prédio impressiona pela riqueza de detalhes, desde os afrescos no teto até as suntuosas colunas em mármore. O espaço para mais de 2 mil espectadores tem sido palco de inúmeras apresentações icônicas de ópera, balé e artes cênicas, firmando-se como símbolo da cultura e da elite artística brasileira.
Foto: Teatro Fred Pontes
Por tudo isso e muito mais, essa data comemorativa não celebra apenas o nascimento do museu em São Paulo, mas reforça o papel crucial que os teatros municipais desempenham como espaços de preservação da memória cultural e como centros vivos de espetáculos por todo esse Brasilzão afora. Seja no emblemático Carlos Gomes ou no luxuoso Theatro Municipal, ambos no Rio de Janeiro, ou no moderno e inclusivo Raul Cortez, em Duque de Caxias, o espírito da arte continua a pulsar, alimentando a alma de suas respectivas comunidades e eternizando a relevância da cultura erudita e popular pelo território nacional.